Dias sem pornografia


sábado, 19 de março de 2016

O desafio dos 21 dias: tabela de controle da qualidade da sua abstinência

Sabemos, por vivência própria e por acompanhar as histórias de muitos no fórum, que os primeiros 21 dias de reboot são os mais difíceis. Geralmente é nesse intervalo de 3 semanas que estamos mais sujeitos a sucumbir a recaídas. Já aconteceu com muitos de nós: você fica 15 dias limpo, depois recai em PMO, depois fica mais 17 dias limpo, recai em PMO, depois mais 10 dias limpo e cai novamente em PMO e por aí vai... Esse ciclo repetitivo e compulsivo é o estado de recaída. Pretendo contar aqui como faço para lidar com ele.

Crio uma tabela onde vou listando todas as possíveis fontes de recaída ou atividades que devo fazer (ou evitar) para me manter longe de PMO. Essa tabela vai variar de pessoa para pessoa obviamente, a sua será diferente da minha. Basicamente você deve listar tudo aquilo que te blinda contra PMO. O que está listado abaixo é, no meu caso, tudo que devo fazer para evitar recair. Anoto honestamente se cumpri ou não cada meta e assim tenho um panorama da qualidade da minha abstinência de PMO. Quanto mais dias preenchidos por s (sim), melhor a qualidade dessa abstinência e menos riscos tenho de recair.








No exemplo acima fica visível que, embora eu esteja dando conta da maioria dos itens, há uma indisciplina relacionada a usar eventualmente o pc em casa (algo que considero perigoso em momentos que estou tentando evitar uma recaída) e estar com o quarto bagunçado (algo que para mim percebo que tem um efeito ruim também, talvez por lembrar muito os tempos de PMO).

A meta inicial é chegar a 22 dias (21 dias + 1, por precaução). Mas perceba que divido a meta em sub-metas de 3 dias. Ou seja, em vez de pensar em 90 dias, nesses momentos de dificuldade penso em 7 blocos de 3 dias (21 dias). Na verdade, como você divide os 21 dias é uma questão de preferência sua.

Essa tabela onde listo tudo que me ajuda ou atrapalha permite eu controlar os pontos fracos e assim corrigir a rota durante o percurso, antes que uma recaída aconteça. No caso acima, a partir do dia 10 eu teria de arrumar meu quarto e parar de usar pc em casa, para não correr riscos.

Para criar uma tabela dessas você tem de sempre procurar aprender quando, como e porquê recaiu. Identificar os furos no encanamento do seu reboot e tapá-los. (obs: o item evitando procurar sites pornôs contempla também possíveis tentativas de se tentar burlar bloqueador).

Ao chegar a 22 dias, aumento a meta para 28 (4 semanas), e depois para 30 dias (um mês). E assim vai, aumentando as metas aos poucos, sempre com sub-metas de 3 dias. (ver o post Estabeleça Metas Curtas). Faça como achar melhor, o importante é você ir controlando honestamente item por item, para ver onde está comprometendo sua abstinência e se precaver contra uma queda em PMO.

Dessa maneira, você terá mais condições de superar a difícil barreira dos 21 dias; depois disso o reboot vai ficando mais fácil. Até porque, passando por esse vale das 3 primeiras semanas, logo você se depara com as benesses do reboot: ressensibilização, melhora na concentração, diminuição da ansiedade, etc.

quinta-feira, 3 de março de 2016

Estabeleça Metas Curtas


Encontrei um texto que se encaixa naquilo que sempre pensei quanto ao reboot: é preciso ter metas pequenas, pois as grandes tendem a ser desestimulantes e, além disso, quanto mais próximos estamos de cumprir uma meta, com mais afinco nos dedicamos a ela. Por isso você não deve mirar 90 dias, mas uma meta bem menor que isso.

Sabemos por experiência que o período mais difícil do reboot são os primeiros 21 dias. É nesse intervalo que a maioria das recaídas ocorrem e, superando-o, geralmente se consegue "engatar" o reboot de vez, conseguindo administrar mais facilmente as dificuldades posteriores.

Você pode ainda dividir 21 dias em 7 metas de 3 dias por exemplo, fica a seu critério. E quando completar 21 dias, esticar por exemplo a meta para 28 (quatro semanas), depois para 30 (um mês) e assim por diante. Depois de tanto dar pequenos passos, uma hora enfim o horizonte de 90 dias chegou.

O texto abaixo foi adaptado para nossos fins - o reboot - e é do livro "Treinamento prático em leitura dinâmica", do campeão de memorização Alberto Dell´Isola.
Metas bem definidas
"A definição de metas é primordial.
Diversas experiências já demonstraram que é muito mais fácil executar tarefas quando temos alguma meta ou objetivo bem definidos. Desse modo, quanto mais próximos estamos desse objetivo ou modo, mais rapidamente executamos nossa tarefa. Joyce Brothers, famosa psicóloga dos anos 1950, costumava dizer que uma meta bem definida se parece com um imã: quanto mais perto o ímã se encontra de um pedaço de metal, mais forte será a atração. Qualquer que seja a tarefa que você deseja fazer, você trabalhará de maneira mais eficiente e eficaz conforme for se aproximando do final da tarefa. Ou seja, quanto mais próximo do final da tarefa, mais rápido você trabalhará e estará sujeito a menos erros.
Uma experiência realizada sobre esse assunto teve como objeto de estudo um grupo de fazendeiros em um campo de trigo. Nesse grupo, todos eram igualmente capacitados para manejar uma foice e ceifar o trigo de maneira adequada. Dividiram-se os fazendeiros em dois grupos, cada qual trabalhando em um lado oposto do campo de trigo. Os dois lados do campo de trigo eram idênticos na forma e área, diferenciando-se apenas na existência de bandeiras vermelhas de dez em dez metros, ao lado de um dos campos.
Os dois grupos começaram a ceifar o trigo no mesmo instante e velocidade. No entanto, verificou-se que o grupo que trabalhava no lado do campo marcado por bandeiras trabalhava muito mais depressa. Além disso, quanto mais perto estavam de uma das bandeiras, maior era a rapidez e eficiência do serviço.
Para verificar a fidedignidade dos dados obtidos, a experiência foi repetida no dia seguinte invertendo-se os dois grupos. Dessa vez o segundo grupo, agora trabalhando no lado que continha as bandeiras, saiu-se bem melhor do que o primeiro.
Assim, verificou-se o poder que as metas têm sobre os indivíduos durante a execução de uma tarefa. Isso acontece porque sentimos certa exaltação ao percebermos que estamos nos aproximando de nossa meta. Desse modo, passamos a trabalhar de maneira ainda mais eficiente em direção à meta definida inicialmente.
Essa motivação no curso de aproximação de nossas metas já foi observada experimentalmente em ratos treinados a percorrer um labirinto em busca da saída. Esses ratos eram capazes de eliminar mais rapidamente as passagens sem saída no fim do labirinto que as passagens perto da entrada. Desse modo, ao atravessarem o labirinto, os ratos andam cada vez mais depressa, à medida que vão se aproximando da saída. Esse aumento de velocidade, devido à proximidade da meta, é conhecido como gradiente de meta.
Um exemplo comum de como opera esse gradiente de meta ocorre nas filas para shows de alguma banda conhecida. Dependendo da popularidade da banda, o público costuma chegar bem mais cedo que o horário de início do espetáculo. Todos esperam calmamente, até se aproximar a hora do início do show. Quando a hora do show começar se aproxima, as pessoas começam a se comprimir perto da entrada — embora saibam que não vão poder entrar naquele momento. Isso é um exemplo do gradiente de meta funcionando, enquanto o alvo se aproxima.
Motivação

Uma boa maneira de eliminar a procrastinação é fragmentar suas metas em objetivos menores. Desse modo, não veja todas as suas obrigações como apenas um grande projeto. Fragmente seus objetivos, projetos ou tarefas em partes pequenas. Estabeleça um prazo para cada parte."

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Qual a postura dos que conseguem fazer o reboot?

Acredito que cada um segue um trilho para conseguir a abstinência de PMO e se livrar da compulsão e dos sintomas do vício. Uns fazem reboot em hard mode (sem P, nem M, nem O), outros no que chamo de reboot normal (sem P e M, mas com O, através de sexo), outros mesclam um período inicial em hard mode com uma passagem a um reboot com sexo logo em seguida - estratégia pela qual sou bastante simpático nos últimos tempos.

Cada um encontra um modo próprio de fazer o reboot. Mas há uma postura que, na minha opinião, é uma constante entre aqueles que conseguem se libertar de PMO: a capacidade de abdicar.

Você está disposto a deletar seu facebook? A excluir ou até mesmo bloquear contatos no whatsapp que te enviam pornografia ou conduzem a conversas eróticas? Está disposto a se afastar de pessoas que te fazem fantasiar e recair? A apagar o Tinder?

O reboot tem um custo. Estamos dispostos a pagar por ele?

É uma lógica de investimento: você se desfaz de algo hoje para ganhar muito mais no futuro. Renuncia aos prazeres danosos que conversas virtuais lhe trariam para colher futuramente prazeres reais, com pessoas reais, e uma vida livre da compulsão do vício.

Ao abdicar, sacrificar algo para eliminar uma fonte de recaída, você está dando um atestado de compromisso com sua liberdade. E digo mais: quanto mais o reboot está capenga, mais se deve abdicar. Porque o reboot só está capenga porque você não abdicou o suficiente, porque ainda há brechas.

Na minha opinião, a lógica de abdicar tem de ser algo certo para o rebooter, uma regra de ouro, onde toda brecha de recaída terá de ser eliminada, sacrificada.

Então, você muitas vezes calculará que não vale a pena nem sonhar em testar se há uma brecha para se ver pornografia, por exemplo, em um tablet onde há bloqueadores os quais você não tem garantia de que são eficientes. Porque você já saberá de antemão que se for bem sucedido em burlar os bloqueadores - e não houver nenhum outro modo de bloquear esse dispositivo - você terá de se livrar dele.

É esse custo enorme (já pensou ter de se livrar de um tablet porque ele se tornou uma brecha de recaídas para você?) que vai lhe desestimular a tentar ficar burlando seus esquemas de segurança. Porque se você conseguir, já haverá a certeza: vou ter de sacrificar ainda mais. Pode acreditar, uma parte de você - aquela que gosta muito desse tablet - certamente fará oposição àquela parte da sua mente que quer tentar uma malandragem ali e burlar o bloqueador desse dispositivo.

Tudo que te faz recair deve ser eliminado da sua vida. Não dá para fazer reboot e ser feliz no facebook por exemplo. Não dá para fazer reboot e manter contato com pessoas que nos fazem fantasiar. Não dá para fazer reboot tendo um computador com bloqueadores e eventualmente não passar o perrengue de ter um site não-pornográfico bloqueado.

O reboot tem um custo? Estamos dispostos a pagar?

Se você quer enterrar aquela velha vida de viciado, vai ter de enterrar junto as coisas e contatos prazerosos que compõem essa vida de viciado.

Haverá um momento em que você já abdicou de tantas fontes de recaídas, coisas e pessoas, que não recai mais. Então, comece já a identificar: "O que ou quem me faz ou pode me fazer recair?". Identificar e eliminar isso da sua vida. Ou então continuar chorando nos fóruns, como se só você fosse viciado, como se só para você fosse difícil.

A recaídas, todos estamos sujeitos. Mas tem uma galera que chora muito, inventa desculpas ("bloqueadores não servem para mim, sou especial"), não quer abdicar, e por isso não consegue o reboot. A postura é: identificar as fontes de recaída, abdicar mais e reclamar menos.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Recaídas: Devo resetar o contador?

Aqui vai uma concepção pessoal minha acerca de recaídas e resets de contador.

Para mim, observando minha jornada e a de muitos rebooters, cheguei à seguinte conclusão sobre dúvidas a respeito de possíveis recaídas ou sobre zerar contadores: não importa o que você fez. Importa o que você vai fazer daqui pra frente.

Você pode ter praticado M, por exemplo. Recaiu? Depende.
A recaída, na minha opinião, se caracteriza pela volta ao "estado do vício". E o que seria esse estado do vício? A compulsão, aquelas repetições de comportamento que te controlam, que ciclicamente vão te afundando e você não consegue sair desse ciclo vicioso, onde você sempre retorna ao dia 0. O levanta e cai que se repete. Recair portanto (na minha opinião de mero rebooter) é visitar esse fundo do poço e lá permanecer.

Portanto, supondo que você praticou M mas nos dias e semanas seguintes baniu isso novamente da sua vida. Você recaiu? Voltou à estaca zero? Claro que não. É evidente que você, enquanto viciado, vai pagar o custo (alto) desse deslize (piora imediata da ereção, da concentração, fantasias pesadas, retorno da compulsão, ejaculação precoce, etc - não vale a pena "deslizar"). Mas em se mantendo limpo da data do deslize em diante, logo você retorna à condição plena, em menos de 90 dias, o que prova que não precisaria ter zerado o contador.

Agora, se você praticou M hoje, depois pratica de novo daqui uma semana, depois de novo na outra semana e de novo na outra semana... ora, se você não recaiu já está recaindo! Porque o retorno à condição do vício é justamente essa repetição de ciclos, onde se fica alguns dias limpo e logo em seguida se cai. Ciclos cada vez mais curtos, até você praticar PMO todos os dias

Então, o que vai determinar - na minha opinião - se você recaiu ou não após um deslize é se você vai se manter limpo daqui pra frente. Porque a recaída verdadeira é aquela onde você fica ciclando dias limpos com repetitivas quedas logo nas primeiras semanas. Está sempre voltando ao dia 0. É a compulsão. Se você perdeu para a compulsão, você recaiu. Caso contrário, foi só um deslize e você seguiu em frente e manteve-se limpo, livrou-se novamente dos sintomas.

Eu penso que os deslizes podem ser divididos em graves (M - edging), muito graves (MO ou P), gravíssimos (PMO). Qual o critério que uso para essa classificação pessoal? A liberação de dopamina. Penso que a pessoa que praticou MO, como jogou uma bomba dopaminérgica no cérebro (orgasmo), re-fortaleceu mais a rede neural do vício que alguém que praticou M, e menos que alguém que praticou PMO.

Acredito que quanto mais se avança nessa escala de gravidade, mais difícil é retornar à condição de abstinência, embora todos deslizes sejam perigosíssimos e todos eles vão tentar colocar todo seu esforço de reboot por água abaixo. Por isso não se engane achando que você vai poder ficar deslizando e que "depois é tranquilo, só eu parar". Viciado é viciado. Em um deslize o vício nos escraviza novamente.

Aliás, minha recaída após o primeiro reboot se deu assim: começou com M, sobre a qual eu achava ter controle. Depois MO e depois PMO - o fundo do poço. Não vou dizer que eu fui forte o suficiente para neste segundo reboot que está em mais de 300 dias não ter deslizado algumas vezes. Ocorreu mas percebi que em vez de fazer um drama enorme, querer zerar contador e atitudes que mais prejudicam psicologicamente, era possível administrar a situação, reconhecendo sim meu vacilo (até porque a debilitação do corpo e mente é imediata, você cai da plena potência da abstinência pra uma condição com sintomas que são os mesmos do estado do vício, tudo isso com uma "mera masturbaçãozinha" sem O) e voltar ao meu estado de abstinência (que, com o tempo, se torna o seu normal. Com o tempo o mais natural para você é não se masturbar nem querer pornografia: é algo muito bom). Mantendo-se limpo,

E isso foi um aprendizado. A ideia de que manter-se limpo é um trabalho de administração. E que se eu voltasse àquilo que foi minha vida durante meses - a abstinência de P e M - eu não cairia refém da compulsão e portanto configuraria que eu não recaí, mas apenas cometi um grave deslize. Em se mantendo limpo, logo os sintomas vão embora novamente e você retorna à plena potência vital que o reboot proporciona.

Vale destacar que pensei isso tudo baseando-se na minha experiência de ter deslizado com M (edging). Detalhe: M sem O. Eu não sei se eu conseguiria "voltar ao trilhos", como consegui, se tivesse deslizado em MO. E quanto a PMO, sinceramente eu acho que é quase impossível que esse deslize não se converta em uma recaída. Por isso, trate de instalar bloqueador no seu computador, para você evitar ter as quedas com P, que são sempre mais graves.

Enfim. Espero que minha concepção pessoal sobre como encarar isso tudo ajude vocês: não importa o que você fez, importa o que você fará daqui pra frente. Se daqui pra frente você ficou limpo, significa que não retornou à compulsão do estado de vício e, portanto, obviamente não recaiu.


domingo, 11 de outubro de 2015

Configurando o bloqueador Procon Latte (Firefox)

Antes de tudo, um aviso: se você encontrar alguma falha, algum modo de burlar este bloqueador, por favor não comente, guarde-o para você e busque um outro bloqueador.

O Procon Latte tem sido meu guardião nesses tempos longe do vício. Ele analisa palavra a palavra do site que será carregado, tanto no endereço url quanto no conteúdo do site. Mostrarei como eu o configuro.

Baixo o Firefox no computador (em tablet acho que não funciona) e desinstalo todos os outros navegadores. Deixo-o como meu único navegador.

Pode-se argumentar que é possível burlar esse esquema simplesmente baixando outro navegador. Ocorre que o tempo necessário para se procurar e se baixar outro navegador é um grande desestímulo. Tendemos a procurar o caminho mais rápido para o prazer, e este caminho mais rápido será o já instalado Firefox, que estará bloqueado pelo Procon Latte. Até você pensar em baixar outro navegador, será o tempo suficiente para você sair do pc, sair daquele ambiente, sair de casa se possível e evitar uma recaída.

O fato é que esse método de ter apenas um navegador e bem bloqueado, embora pareça falho, é eficiente. Tem sido eficiente para mim e certamente será para você. Não perderia tempo escrevendo esse tutorial se não valesse a pena.

Vamos às configurações:

Já no Firefox, abro o Menu, clico em Extensões e procuro por Procon Latte. Instalo-o.

Vamos às configurações, sendo as 3 primeiras abas (general, blacklist e whitelist) as principais para o bom funcionamento do bloqueador:

Na aba General, deixe todas as opções selecionadas.


Na aba Blacklist, temos as seguintes configurações:

A sub-aba Blocked Sites: é aqui que você colocará as palavras ou endereços de sites que geralmente te levam a uma recaída.

Por exemplo: www.facebook.com, images.google.com


Aqui temos a sub-aba Blocked Words, que conterá palavras-chave e expressões que geralmente te levam à recaída.

Você pode usar "aspas" para delimitar o que você deseja bloquear. Por exemplo: em vez de mulheres peladas, pôr "mulheres peladas" na lista. Assim, só será bloqueado o site que contiver exatamente esta expressão. Usar aspas delimita. Vai de você saber quando isso se faz necessário, quando isso atrapalha (afinal, o intuito é que o bloqueador impeça acesso somente a conteúdo pornográfico, e não a sites comuns).

 Sub-aba Advanced.

Aqui são as decisões que o app tomará quando encontrar alguma palavra ou expressão a ser bloqueada. Na configuração abaixo, ele somente renderiza (exibe) o site depois de examinar seu conteúdo. Além disso, examina as metatags dos sites e, caso encontre algum termo a ser bloqueado, redireciona automaticamente para o site www.vicioempornografiacomoparar.com (você escolhe um site de sua preferência, desde que obviamente tenha certeza de que nesse site não haja conteúdo pornográfico).

Caso o aplicativo esteja bloqueando sites não-pornográficos, você deve desativar temporariamente a opção Redirect e ativar a opção Explain why. Assim, o Procon Latte exibirá uma notificação do porquê está bloqueando aqueles sites. Se for possível corrigir na Blacklist, você retorna às configurações como exibidas abaixo, após a correção.


Aba Whitelist.

Aqui estarão todos os sites permitidos, sites que você tem certeza que nunca encontrará conteúdo pornográfico ou erótico. Devem constar aqui os fóruns sobre o vício em pornografia, sites como Yourbrainonporn, sites de contadores de dias.

Lembre-se: tudo que está na Whitelist o Procon não bloqueia! Então se você puser, por exemplo, o Youtube nela, o app não bloqueará os vídeos do youtube que contém conteúdo erótico. A Whitelist anula a Blacklist. Então ponha nessa lista somente o estritamente necessário. Perceba que nem meu email eu coloco na Whitelist.

Aba Profanity List:

Aqui estão as palavras que não serão exibidas, palavras que serão censuradas pelo bloqueador. Ele substitui essas palavras por outros caracteres.

 Aba Subscriptions:

Aqui podem conter várias listas de sites a serem bloqueados. A lista padrão, mostrada abaixo, é atualizada a cada 72 horas.


Após configurar o Procon e testar sua eficácia, vá no botão inferior Settings e exporte suas configurações. Assim, caso você precise configurá-lo em outro computador, bastará importar as configurações já feitas. Salve-as em seu email, com a data (pois conforme você for aprimorando seu bloqueador, convém exportar e salvar no email as configurações mais atuais).

Por fim, o último passo é colocar uma senha longa e aleatória, da qual você não se lembre. Procure no google pelo gerador de senhas online da Norton Antivírus. Gerada a senha, anote-a e envie a pelo menos 2 amigos de confiança (de preferência que estejam tentando reboot também).

O Procon não reseta a senha nem se você reinstalar o navegador (o que mostra como ele é bom). Assim, peça para seus amigos não perderem essa senha! Guardá-la no email deles, em local seguro. Até porque você não terá acesso a essa senha. Configurado o bloqueador e com a senha guardada pelos amigos, você destruirá a sua própria anotação dela. Seu único modo de ter acesso a seu bloqueador será pedindo para um de seus amigos. É uma proteção de você contra você mesmo.

Eventualmente você vai ter de ir calibrando este bloqueador. Colocar novas palavras na Blacklist e às vezes restringir palavras ou expressões muito abrangentes que levam o Procon a bloquear sites não-pornográficos. Mesmo assim, saiba: não existe bloqueador perfeito. Mesmo após bastante tempo de uso, de vez em quando o Procon bloqueia algum site não-pornográfico que eu gostaria de ver. É o custo de se ver livre da pornografia. O mais importante é que ele funciona!

No geral, ele é uma ferramenta essencial para mim. Já me salvou inúmeras vezes nesses 288 dias que estou limpo. Certamente foi o melhor bloqueador que experimentei até hoje.

sábado, 3 de outubro de 2015

2 anos lutando contra o vício: mais de 1 ano de vida plena

Neste mês de outubro de 2015 me lembro que no dia 24/10/2013, há dois anos portanto, eu tentava meu primeiro reboot. Meio sem convicção, acreditando apenas porque não sabia mais o que tentar para descobrir o que eu tinha. Mesmo lendo no YourBrainOnPorn que eu tinha todos os sintomas do vício em pornografia, era difícil acreditar que algo tão "inocente" como a masturbação e a pornografia estariam drenando minha vida para o ralo.

Passadas as primeiras semanas eu percebi: era viciado mesmo, não conseguia parar e não sabia se um dia conseguiria.

Levei uns 6 meses para engatar o primeiro reboot, no qual fiquei limpo por algo em torno de 4 meses. Após uma recair, levei mais 6 meses até engatar um novo reboot bem sucedido - o atual - no qual estou há 280 dias limpo. Mais de 9 meses de verdadeira VIDA. Portanto, nesses dois anos tentando deixar o vício, vivi mais de 1 ano em plenitude, graças a Deus.

Desde meu primeiro reboot passei por enormes mudanças pessoais. Posso dizer que hoje entendo o significado da palavra subjetividade, pois enfim tenho uma. Antes, enquanto era viciado, eu praticamente não tinha vida pessoal. Amizades próximas comentavam: "Estudamos juntos e eu não sei nada sobre você". Era minha "vida secreta", paupérrima. Eu também vivia em guerra, com uma ansiedade extrema e cheio de certezas. Livre do vício vi as certezas burras que eu tinha se transformarem em dúvidas elaboradas. A vida ganhou nuances e cores, saído do mundo perverso dos 50 tons de escuridão com o qual nossa cultura atual gosta de flertar. Em suma, hoje sou uma pessoa, antes eu era uma caricatura de mim mesmo.

Percebi nesse tempo o quanto a falta de limites nos destrói - enquanto indivíduos e também como sociedade - e o quanto nossa cultura de derrubada de todos os limites é destrutiva. Passei a ver a importância de tudo aquilo que nossa era dos vícios pretende banir do mundo: a religião, as tradições e o passado. Até porque vivemos a primeira civilização humana onde, para a roda econômica se manter girando, é preciso viciar as pessoas, em nome do lucro (a pornografia, apenas uma das infindáveis mercadorias viciantes nos oferecida ilimitadamente todos os dias, é um dos ramos mais lucrativos do capitalismo atual... e quanto mais viciados, mais lucro. Ora, mas o que é vendido no site pornô? Você!).

Durante esse tempo eu também pude me envolver com uma pessoa. Percebi o quanto isso é enriquecedor, ter alguém às vezes só pra conversar, para assistir um seriado. Para quem não tinha vida pessoal, é uma verdadeira descoberta. Meu número de amizades só fez aumentar nesse tempo todo.

Enfim, não há uma só esfera de minha vida que não tenha melhorado! Realmente é muito bom estar longe de pornografia e masturbação. A vida dá um salto, um estágio muito superior e por pior que esteja, estará sempre melhor que a vida de alguém imerso no vício.


sexta-feira, 8 de maio de 2015

Um manual da vida boa

Aos mais de 130 dias longe de pornografia, tenho estado no melhor momento de minha vida. Não estou eufórico e sinto um bem-estar sereno e constante.

Gostaria de colocar um assunto que considero importante.

Um dos diferenciais que julgo estar contribuindo para uma caminhada mais serena nesse segundo reboot é a minha retomada de uma vida espiritual. Voltei a ter contato com religião (sou católico) e isso tem me feito muito bem. Saiu o vício, entrou Deus em minha vida.

Nossa vida de viciados era caracterizada pelo desregramento (o que aliás é o símbolo do capitalismo de hoje: a vida desregrada, desregulamentações de mercados, o laissez-faire aplicado a todas as esferas da vida). A religião oferece regras, regras para uma vida boa. Os Dez Mandamentos, para quem é cristão, são um manual da vida boa. Aliás, para quem não é cristão também: duvido que alguém, devoto ou não, degrade sua vida seguindo este "manual". A ideia dos Pecados Capitais, aqueles que são os mais devastadores para a pessoa e para a convivência social. Ou seja, você crendo ou não, há muita sabedoria na religião e não é por acaso que resistiu a milênios. E num mundo onde é fácil se enforcar na corda da liberdade, a religião é uma lanterna para quem está no fundo do rio afogado.

Não estou aqui fazendo proselitismo, apenas explicando meu caso, o que pode ajudar algumas pessoas. A religião é algo íntimo, que a pessoa por si própria vai sentir necessidade de buscar a certa altura da vida. Quando eu era adolescente isso não fazia nenhum sentido pra mim. Hoje o faz totalmente. E não precisou ninguém me convencer. Eu sozinho senti a necessidade.

O fato é que o vício ocupa um lugar de um falso-deus em nossa vida. É ele que dá conforto nos momentos difíceis, embora cobre o preço de te escravizar. Então, sair do vício é trocar o falso-deus por Deus, que dá conforto nos momentos difíceis sem, no entanto, nos escravizar como o vício o faz.

Para mim a religião não é um elemento de culpa, mas libertador. Encontro ali conforto e não repreensões. Uma mão amiga e não um dedo apontando para minha conduta. Sem falar que a Igreja é um dos poucos lugares - nessa sociedade tomada pela perversão do lucro e a perversão da pornografia - onde sei que irei ouvir discursos que visam ao bem-comum.

Quando eu penso que posso recair, a Igreja e Deus me ajudam a ter forças. Quando percebo que meu reboot está saindo do eixo, não lembro só dos conhecimentos neurocientíficos, mas analiso minha vida sob a ótica dos Dez Mandamentos. A mim, tem-me sido de grande ajuda. Como eu disse, ali há um manual da vida boa (mesmo para quem não crê), um eficiente manual de como tirar o melhor de si e não se perder.

Sobre a importância de uma vida espiritual para quem quer abandonar o vício, reveja: http://vivasempornografia.blogspot.com.br/2014/08/esta-psicologa-fez-uma-serie-de-videos.html